Recife, 26/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O governo federal vai liberar até o final deste ano R$ 10 milhões para a conclusão das obras do Centro Regional de Ciências Nucleares. O anúncio foi feito hoje pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, durante solenidade de posse do novo diretor da instituição, Ricardo Andrade Lima.
O centro, que teve as obras iniciadas em 2000, e recebeu até agora investimentos de R$ 19 milhões, está programado para ser inaugurado em setembro deste ano. Tem 11 mil metros quadrados de área construída, com cinco laboratórios, um ciclotron - equipamento acelerador de partículas que serve para tratamento de materiais nucleares destinados à produção de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de doenças, incluído quimioterapia e radioterapia.
Eduardo Campos explicou que a iniciativa vai propiciar a descentralização da produção de radiofármacos, que possuem vida curta e podem perder as propriedades radioativas em torno de duas horas. "Atualmente esses produtos vêm do Sudeste para o Nordeste", disse.
O ministro destacou que está em fase de estudo a instalação de um centro de irradiação de alimentos por raios gama, para eliminação de microorganismos como fungos e bactérias, de frutas produzidas no Vale do São Francisco. O projeto é desenvolvido pela Comissão de Energia Nuclear, em parcerias com a Embrapa e a Valexport, que congrega os exportadores de frutas da região, que dará mais competitividade aos produtos brasileiros no mercado internacional, já que dará um tempo de durabilidade maior às frutas reduzindo perdas devido ao apodrecimento. Estão sendo investidos R$ 6 milhões no programa.
O ministro Eduardo Campos anunciou também a liberação de R$ 3 milhões para 11 projetos que visam melhorar a prós-graduação a partir da transferência de conhecimento entre centros de pesquisa, sendo oito na Universidade Federal, dois na Universidade Rural e um na Universidade Estadual de Pernambuco.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, disse que o novo Centro tem importância fundamental para o desenvolvimento do Nordeste, já que vai atuar com licenciamento e controle de equipamentos de radioterapia e medicina nuclear, para garantir a segurança da população. "Outra função é trazer à região a ampliação do acesso às tecnologias nucleares, em conjunto com as universidades, no sentido de desenvolver pesquisas, fomento, licenciamento e controle de instalações radioativas médicas e industriais", assegurou.