Rio, 26/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, disse hoje que o banco mantém o interesse na proposta feita pelo consórcio Calais de ser um dos compradores da Embratel, com 40, 4% das ações. O consórcio é formado pelas três maiores operadoras de telefonia fixa no Brasil - a Telemar, Telefônica e Brasil Telecom.
De acordo com notícias divulgadas nos jornais, as três empresas vão ser investigadas pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, por suspeita de formação de cartel. Segundo reportagem do jornal "Folha de São Paulo", a polícia encontrou um documento interno da Telefônica de propõe o alinhamento das tarifas pelo teto", caso o consórcio Calais compre a Embratel.
Carlos Lessa explicou que, como acionista minoritário da Embratel, o BNDES pode vender os cerca de 7% de ações que detém por 80% do valor de face, no caso de transferência do controle acionário. Ele acrescentou que o Banco tem o direito de participar do consórcio, mas que vai combater qualquer medida que caracterize a cartelização dos preços das tarifas caso aceite a proposta feita pelo Calais.
Quanto às denúncias divulgadas na imprensa, o presidente do BNDES disse que o país tem uma legislação muito sólida para vigiar as empresas que detêm os monopólios, e lembrou que a maior parte das atividades brasileiras é controlada por apenas duas ou três empresas.