Representante dos Cinta-Larga vai pedir reforço à Funai

19/04/2004 - 19h28

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

O líder indígena Almir Suruí, 29 anos, quer mais segurança e apoio do governo federal para os índios da etnia Cinta-Larga. Nesta terça-feira, Suruí envia um documento para a Fundação Nacional do Índio (Funai) reivindicando o aumento o número de técnicos nas cidades próximas à reserva indígena Roosevelt.

A tribo Cinta-Larga é acusada de torturar e matar cerca de 30 garimpeiros durante um confronto pela exploração de diamante. Quase 26 corpos foram resgatados Polícia Federal hoje, na reserva. Três mortos já haviam sido retirados da mata há uma semana.

"Eu conheço o povo Cinta-Larga como um povo guerreiro, mas tem que estar em um limite para ter acontecido tudo isso", afirma Suruí, diretor da Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, Norte do Mato Grosso e Sul do Amazonas (Cunpir).

De acordo com ele, os índios de Rondônia estão sofrendo ameaças de morte. Em Espigão D´Oeste – cidade a 80 km da reserva – cerca de 50 Cinta-Larga abandonaram as próprias casas no último sábado. "Precisamos do apoio da Funai para investigar o que realmente aconteceu e defender os índios. Tanto que aquele que participaram como aqueles que não participaram disso tudo", defende Suruí.