Brasília, 19/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes está em debate, de hoje até a próxima sexta-feira (23). Representantes de organizações não-governamentais (Ongs) e cerca de 120 especialistas de países da América Latina discutem, também, no Hotel Nacional, o aprimoramento de técnicas de investigação de crimes de pedofilia na rede mundial de computadores (internet).

Segundo o representante da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Alexandre Valle dos Reis, a Polícia Federal recebe por ano cerca de 200 denúncias de crimes de pedofilia na internet. Para ele, esse número é muito pequeno comparado, por exemplo, com os Estados Unidos, que têm 70% da população com acesso à internet. Segundo Alexandre Reis, no Brasil apenas 10% da população navega na rede mundial de computadores. "O que nós pudermos fazer hoje para combater este tipo de crime, nós estaremos prevenindo este problema que os americanos já estão enfrentando", disse o assessor.

Outro ponto destacado pelo representante da Secretaria de Direitos Humanos é a parceria e a troca de informações entre os países porque este tipo de crime é transnacional.

O workshop reúne ainda autoridades da Espanha, Portugal, África do Sul, França e Austrália. Os participantes serão treinados sobre crimes praticados contra crianças e adolescentes com a utilização de computadores, condução da investigação de abuso praticado na internet, psicologia do autor do crime e aspectos técnicos de investigação.

Para secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, coronel Sérgio Coelho, a polícia quer treinar melhor os investigadores. "Esse tipo de crime requer um treinamento diferenciado. É o que nós estamos tentando começar hoje", disse.