Corpos de garimpeiros estão a caminho de Porto Velho

19/04/2004 - 19h12

Brasília, 19/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os corpos dos 26 garimpeiros mortos na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia, seguem neste momento para o Instituto Médico Legal de Porto Velho. Um caminhão transporta os mortos, resgatados hoje na mata por dois helicópteros da Polícia Federal. A chegada do caminhão a Porto Velho está prevista para zero hora de amanhã.

Na semana passada, três corpos foram encontrados na reserva. Uma nova operação de resgate começou ontem, mas teve de ser adiada por causa do mau tempo. De acordo com o delegado da Polícia Federal Mauro Spósito, 60 agentes continuam na reserva Roosevelt em busca de outras possíveis vítimas. "Simultaneamente, os agentes prosseguem com a investigação que irá apontar os culpados pelas mortes", afirma Spósito.

Representante dos Sindicatos dos Garimpeiros, o motorista Gilton Muniz afirma que 12 homens continuam desaparecidos. Os garimpeiros teriam sido mortos em um conflito com índios da etnia Cinta-Larga. A reserva de 2,7 milhões de hectares é rica em diamante. As primeiras jazidas foram descobertas em 1999. Desde então, os conflitos entre índios e garimpeiros se tornaram freqüentes.

O delegado Mauro Spósito esteve na área onde estavam os corpos resgatados hoje e conta que não há como precisar o número exato de mortos. "Eles estão em avançado estado de decomposição. Muitos foram atacados por animais da floresta, como porcos do mato e gambás", lamenta o delegado. "Somente a investigação irá apontar os culpados. Mas, de fato, os corpos que encontramos têm marcas de uma espécie de cassetete, mais conhecido como borduna, arma muito usada pelos índios."