PNUMA inaugura escritório de representação em Brasília

16/04/2004 - 12h39

Brasília, 16/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A partir de hoje, o Brasil passa a contar com um escritório de representação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sediado em Brasília, o órgão vai trabalhar em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e com agências e organizações não-governamentais na implementação de programas de proteção ambiental e transferência de tecnologias.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou da cerimônia de abertura do escritório, instalado no 11º andar do Edifício Corporate Financial Center. Em discurso, ela ressaltou a importância desta integração para o desenvolvimento sustentável do Brasil e para a consolidação de novas parcerias em diversas ações de governo.

Representando o Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Everton Braga ressaltou que a instalação do escritório terá um forte efeito multiplicador nas relações entre o PNUMA e os órgãos ambientais brasileiros. Para ele, o escritório marca uma nova etapa na inserção da gestão ambiental na política externa brasileira.

O escritório brasileiro é o terceiro aberto este ano - recentemente o organismo instalou representações na China e na Rússia - e faz parte do processo de descentralização destinado a ampliar o alcance regional do PNUMA. Além de fortalecer a realização de ações integradas, essa aproximação facilita a identificação e definição de projetos e atividades de gestão ambiental, desenvolvimento sustentável e combate à pobreza.

Relatórios GEO e GIWA

Durante a cerimônia de instalação do escritório do PNUMA no Brasil também foram lançados o relatório GEO América Latina e Caribe 2003 e os relatórios de avaliação realizados pelo Programa de Avaliação Global de Águas Internacionais (GIWA - sigla em inglês).

O projeto Perspectivas do Meio Ambiente Mundial (GEO - sigla em ingês), reúne dados, indicadores e informações ambientais atualizados sobre várias partes do mundo e auxilia os formuladores de políticas públicas a estabelecer prioridades de atuação entre os vários problemas ambientais urgentes.

Resultado de pesquisas realizadas ao longo de mais de dois anos, o relatório GEO avalia o estado do meio ambiente, saúde dos ecossistemas e da população na América Latina e no Caribe, e apresenta perspectivas futuras utilizando cenários e projeções.

De acordo com o GEO, a escassez de água e a vulnerabilidade humana e dos ecossistemas tendem a aumentar nos próximos 30 anos, caso não ocorram mudanças significativas na forma pela qual o desenvolvimento é visto e tratado na região. O Relatório indica que a América Latina e o Caribe devem seguir um modelo diferente do adotado pelos países desenvolvidos, priorizando a redução do consumo e do desperdício mediante tecnologias de produção mais limpas.

A metodologia GEO tem sido aplicada a vários níveis geográficos, abrangendo desde relatórios regionais até relatórios municipais, como o Geo Rio de Janeiro. O Brasil tem se destacado como um dos países mais ativos na utilização de tal metodologia - o GEO Brasil foi lançado em 2002, durante a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável realizada em Joanesburgo, na África do Sul.

O Projeto GIWA analisou as zonas costeiras e recursos vivos associados (ecossistemas aquáticos, estoques pesqueiros, poluição, modificações de habitat e mudanças globais) de 66 regiões, sendo que quatro delas incluem o território brasileiro. Além da avaliação estratégica de impactos, o projeto inclui a identificação de problemas ambientais, principais causas e a seleção de políticas prioritárias de intervenção.