Lula recebe presidente de grupo chinês interessado em investir no Brasil

14/04/2004 - 18h09

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está com viagem à China prevista para o final de maio, deu hoje mais um passo para atrair investimentos daquele país para no Brasil. Lula recebeu, no Palácio do Planalto, o presidente da empresa estatal chinesa China International Trust & Investment Corporation (CITIC), Wang Jun, responsável por ampliar os investimentos do país no exterior. O objetivo do grupo empresarial é investir em infra-estrutura no Brasil, com projetos em ferrovias, portos e oleodutos, entre outros.

Para garantir as aplicações de recursos chineses no Brasil, o presidente Lula deverá assinar um protocolo de acordo de investimentos com o governo da China durante sua visita ao país. A expectativa do presidente da CITIC é que, depois da assinatura do protocolo, os projetos no Brasil possam começar a ser viabilizados. "Temos de esperar a conclusão do acordo. A partir daí, iniciamos a cooperação", ressaltou Wang Ju.

Caso as negociações entre o Brasil e a China continuem avançando, os empresários acreditam na possibilidade de o presidente Lula assinar, já durante a visita, o primeiro protocolo para que a empresa comece a atuar no país. A empresa Brasil Invest vai intermediar as negociações entre o governo brasileiro e a CITIC.

Os dois países também pretendem firmar parceria em investimentos para a troca de produtos brasileiros, como soja e minério de ferro, por investimentos. Os produtos brasileiros poderiam integrar, parcialmente, a forma de pagamento do governo brasileiro às aplicações de recursos dos chineses. "Temos interesse em discutir isso junto ao governo brasileiro. A realização dessa cooperação favorece os dois países", disse o presidente da CITIC.

A expectativa do governo brasileiro é que sejam investidos recursos da ordem de US$ 3 bilhões pela empresa chinesa no Brasil, embora o valor não tenha sido divulgado oficialmente pelo presidente da empresa. A CITIC tem, atualmente, US$ 80 bilhões em ativos para investimentos em todo o mundo, e os projetos a serem executados no Brasil deverão estar incluídos na lista dos projetos previstos pela Parceria Público-Privada (PPP) aprovada pelo Congresso Nacional.