Porto Alegre, 14/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio Grande do Sul só vai interferir na invasão da fazenda Bom Sossego, em Cruz Alta, se houver agravamento da situação no local. Segundo o superintendente regional do Instituto, César Aldrighi, a ocupação faz parte de um calendário de mobilizações do Movimento dos trabalhadores Sem Terra (MST), que todos os anos se repete no mês de abril. Ele disse que as ocupações são simbólicas e servem para pedir assentamentos, não só das famílias que ocuparam a área, mas de todas as que aguardam terras nos acampamentos.
"Nós vemos as ocupações como um processo normal da luta pela terra e estamos colocando todo o esforço da autarquia na busca e obtenção de áreas para fazer os assentamentos, dentro do plano nacional de reforma agrária" afirmou o dirigente. Ele destacou a intensificação da retomada das vistorias no estado, e disse que até o fim deste mês podem ser anunciadas novas áreas para assentamento.
Aldrighi explicou que o trabalho é lento, porque nos últimos três anos a autarquia esteve impedida de fazer as vistorias no estado. Por isso, atualmente não há um estoque de terras. "Diferentemente dos demais estados da União, o Rio Grande do Sul foi penalizado por não poder fazer vistorias de 2001 até a metade do ano passado", observou.
O dirigente anunciou, ainda, que duas áreas vistoriadas em dezembro do ano passado estão em processo de desapropriação, porque foram consideradas improdutivas. Uma das áreas, de 3.200 hectares, está localizada no sul do estado e a outra, com 2.400 hectares, na região central. Aldrighi espera que o processo termine ainda este mês.