Governo avaliará propostas do setor agropecuário

14/04/2004 - 19h33

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que as propostas do setor produtivo para o Plano Agrícola e Pecuário da Safra 2004/2005 serão avaliadas. O ministro recebeu hoje as propostas em reunião com representantes do setor agropecuário, na Confederação de Agricultura e Pecuária (CNA).

Entre as propostas, está a redução dos limites de crédito para financiamento de custeio e empréstimos do governo federal. Um dos limites seria de R$ 700 mil para lavouras de algodão, milho, arroz irrigado, feijão, mandioca, trigo e sorgo. O outro, de R$ 250 mil, seria para as demais lavouras, custeio pecuário e destinado às cooperativas para aquisição de insumos a serem forncidos aos cooperados.

Segundo a CNA, no plano safra 2003/2004, o maior limite de crédito foi de R$ 500 mil por produtor, no caso do algodão, e R$ 60 mil por produtor, para custeio pecuário.

O setor privado quer também que a garantia de financiamento seja o penhor da safra esperada. Segundo a CNA, atualmente a garantia é até de 200% do valor financiado. Há ainda a sugestão de ampliar a Linha Especial de Crédito à Comercialização (LEC) para todos os produtos agropecuários. Na safra passada, a LEC atendeu ao trigo, milho sorgo e café. Segundo a proposta, a ampliação da LEC melhoraria a formação de preços no mercado.

Os produtores querem ainda a correção de valores dentro da Política de Preços Mínimos de Garantia. Segundo a CNA, no caso da soja a diferença entre o preço mínimo e o custo de produção é de 107,94%. Isso porque o preço mínimo, atualmente, é de R$ 10,45 para a saca de 60 quilos e o custo de produção é de R$ 21,73.

Para os programas de investimento, a proposta é de aumento dos limites de crédito. Para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), a sugestão é de redução das taxas de juros efetivas de 9,75% e de 12,75% anual para 8,75% ao ano.

Outra sugestão é aumetar o volume de recursos de R$ 2,25 bilhões para R$ 2,5 bilhões. O Moderfrota, indicam os produtores, deveria financiar a compra de máquinas e implementos usados. Atualmente, o programa financia somente a compra de máquinas e implementos novos.

Para o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), a proposta é o aumento do limite de financiamento de R$ 20 milhões para R$ 50 milhões por cooperativa. Outra sugestão é a redução da taxa de juros de 10,75% para 8,75 ao ano.