Gil diz que governo está disposto a ''continuar tentando''

14/04/2004 - 1h05

Brasília, 14/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - "O fato de que a gente não vai conseguir, não deve ser um dispositivo para que a gente não continue tentando", disse o ministro da Cultura, Gilberto Gil, em resposta às críticas do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sobre o governo Lula. O ministro participou de uma conversa com o público, na noite de ontem, no Conjunto Cultural da Caixa Econômica, onde foram lançados os livros "Gil 60 – Todas as Contas" e "Gilberto Gil – Todas as Letras", organizados por Bené Fonteles e Carlos Rennó, respectivamente.

Gilberto Gil afirmou que a situação política e econômica atual "não é nada fácil", mas que a disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua firme. "Eu nunca duvidei das intenções de Fernando Henrique, como não duvido das intenções do presidente Lula. Agora uma coisa são as intenções, outra é o desempenho, as conseqüências", comentou. Na opinião do ministro da Cultura, "uma das características interessantes de qualquer governo, ainda mais do governo Lula, é pode ser minimamente experimentalista".

Para Gilberto Gil, o momento atual deve ser encarado como uma "segunda fase", após um ano de gestão. "Acha-se que um ano foi o bastante pelo fato do Risco Brasil ter despencado, o dólar ter chegado a um bom patamar. Talvez agora, numa segunda fase, esteja na hora de a experimentação se tornar mais aguda. Há vozes no governo insistindo em que a relação da formação do superávit com a política de juros poderia ter modificações".

O ministro disse ainda ter apoiado o governo anterior. E lembrou: "Eu torci pelo presidente Collor no início. Eu sou a favor do governo da minha terra. Tem que dar certo, eu nunca torço para não dar certo".