Thomaz Bastos descarta no momento presença do Exército para garantir ordem no Rio

12/04/2004 - 20h22

Brasília, 12/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O governo federal vai cooperar com o governo do Rio de Janeiro no que for necessário para garantir a ordem pública no estado. A garantia foi dada hoje pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele descartou, no entanto, o envio do Exército para enfrentar o confronto entre polícia e traficantes nas favelas, que ocorre desde a madrugada da última sexta-feira (9). "O governo federal está comprometido com o restabelecimento da ordem social no Rio de Janeiro. Estamos em parceria com o governo do estado, para tentar achar a melhor saída", afirmou o ministro.

Até o momento, as polícias Civil, Militar e Federal trabalham para minimizar o confronto. Segundo Bastos, o serviço de inteligência da Polícia Federal já havia detectado uma suposta crise no local há 30 dias. Ele afirmou que se a crise não tivesse sido identificada antes, a situação poderia ser pior.

Após conversa com o presidente Lula, Thomaz Bastos falou hoje duas vezes, por telefone, com a governadora Rosinha Matheus. Ele determinou a ida do secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, ao Rio para participar, nesta terça (13), de uma reunião do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública.

O ministro também anunciou que, se for necessário, o governo federal vai decretar estado de defesa na capital. Estado de Defesa é um mecanismo previsto na Constituição Federal para situações restritas. É decretada pelo presidente da República para restabelecer a ordem pública ou a paz social.

"O governo federal não gostou da idéia do governo do Rio de Janeiro de construir um muro em volta de algumas favelas", disse o ministro. Para ele, a construção de um muro de três metros em volta das favelas poderia gerar segregação social. Thomaz Bastos acredita que para acabar com esse tipo de confronto no país, será necessário acabar com o crime organizado.

Hoje, foram liberados R$ 9 milhões, do Fundo Nacional de Segurança Pública, para o Rio de Janeiro. Esse dinheiro, segundo Bastos, seria liberado nesta semana, independentemente da crise no estado.