Brasília, 3/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - As equipes Car-Kará e Car-Kará-Open, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e a equipe Cea-UAV, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estão com seus aviões prontos para representar o Brasil na AeroDesign East Competition, competição que se realiza entre os próximos dias 16 e 18, em Orlando, nos Estados Unidos.
As equipes do Rio Grande do Norte foram campeãs nas categorias Regular e Open, e os mineiros vice-campeões na classe Regular da V Competição SAE Brasil AeroDesign, realizada em setembro de 2003, no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), que reuniu 51 equipes, de 37 universidades, de 11 estados.
A AeroDesign East Competition tem 35 equipes inscritas (30 classe regular e 5 classe Open), de 32 universidades norte-americanas, Porto Rico e Canadá, além do Brasil. Comandadas por rádio, as aeronaves foram projetadas conforme as regras estabelecidas pelo regulamento da competição e são capazes de superar uma bateria de testes, demonstrando capacidade de vôo controlado, para uma carga útil (representada por pesos incrementais) sempre crescente, até as condições limite do projeto.
A equipe Cea-UAV embarca 6ª feira (9) para os Estados Unidos, com um avião novo e adaptado ao novo regulamento da competição. "É a primeira vez que disputamos a competição americana, mesmo assim queremos ficar entre os cinco primeiros colocados", afirma Demian Resende, capitão da equipe.
Com dois aviões, um na classe Regular e outro na Open, a equipe Car-Kará, da UFRN, pensa em "fazer de tudo para vencer e aprender novos métodos de projeto e construção com estudantes de outros países", diz o estudante Anacleto Dantas, que ainda busca patrocínio para a viagem. Reformulados, os dois aviões da UFRN foram submetidos a testes que mostraram rendimento superior ao apresentado na competição nacional. "Mesmo se não conquistarmos uma boa colocação nos EUA, já somos estudantes de graduação com um diferencial a mais", diz Dantas.
Competição
A AeroDesign East Competition é semelhante à competição nacional, que se realiza todo ano, em São José dos Campos. A avaliação e a classificação das melhores equipes são feitas por meio de uma Competição de Projeto, envolvendo a preparação e disponibilização de relatório descritivo, plantas de projeto e uma apresentação técnica para uma comissão de juízes especializados em Engenharia Aeronáutica, e uma Competição de Vôo, onde os aparelhos, comandados por rádio devem levantar vôo, numa pista de até 61m, sobrevoar um campo e aterrissar em até 122 metros, em condições controladas.
As adaptações que as equipes brasileiras tiveram de fazer para disputar a competição americana são o formato do compartimento de carga, padrão e com dimensões iguais para todas as equipes, e o tamanho da asa do avião, que deve ter no mínimo 3,05 metros (na competição nacional o máximo exigido era 1,83 metros). "Assim como no Brasil, os aviões devem usar motor de 10 cc (centímetros cúbicos) e voar carregando cada vez mais peso", explica a engenheira Ana Laura Rebello, coordenadora da Comissão Técnica da competição nacional e que acompanhará as equipes nos EUA.
O Brasil ganha, a cada ano, mais destaque na competição americana. Em 2003, a equipe Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), de Minas Gerais, ficou em quarto lugar. Em 2002, a equipe Abaquaraçu, da USP São Carlos, venceu a competição; e a equipe Aerolovers, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita) ficou em terceiro lugar. Na mesma competição, em 2000 e 2001, as equipes brasileiras também tiveram participação destacada, incluindo dois vice-campeonatos, um sétimo e um décimo primeiro classificado.