Brasília, 1/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisa desenvolvida na Unicamp permitirá o uso da fibra de curauá, planta da Amazônia, como substituta da fibra de vidro em compósitos poliméricos usados em peças industriais. A técnica apresenta vantagens sobre o modelo convencional por ser dez vezes mais barata, biodegradável e menos abrasiva aos equipamentos de processamento. O material vegetal possibilita, ainda, produção de plásticos reforçados por meio do método de injeção, que geram peças mais complexas e com detalhes, como pontas e cavidades.
O coordenador da pesquisa e professor do Instituto de Química Marco Aurélio De Paoli lembra que hoje a fibra de curauá é empregada em tecelagem, reforço de plásticos e para a confecção de papel artesanal. No entanto, é moldada por termoformagem, processo que não permite obter peças mais elaboradas. A tecnologia desenvolvida na Unicamp possibilita que a fibra vegetal reforce os compósitos poliméricos também pelo método de injeção. As peças complexas injetadas podem ser usadas nas indústrias automobilística e de eletroeletrônicos.
De Paoli diz que a tecnologia está patenteada e pronta para ser transferida para a indústria. A fibra de curauá, planta pertencente à família das bromeliáceas (a mesma do abacaxi), é obtida a partir de fonte renovável, cultivada de forma intensiva no Pará. "A tecnologia, se empregada em larga escala industrial, agregará valor a um produto agrícola importante para a economia de comunidades amazônicas", ressalta.
Em automóveis, as peças feitas de plástico reforçado com curauá são mais leves do que as de fibra de vidro. "Pode reduzir o consumo de combustível", destaca De Paoli. Em relação ao setor de eletroeletrônicos, o produto com a fibra pode ser empregado na fabricação de componentes internos de vários aparelhos. (Agência Imprensa Oficial)