Dieese: preço da cesta básica caiu em 12 das 16 capitais pesquisadas em março

01/04/2004 - 16h24

São Paulo, 1/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O preço da cesta básica caiu em 12 das 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em março. A pesquisa divulgada hoje revelou que as quedas mais significativas ocorreram em Salvador (-3,67%), Porto Alegre (-3,26%), Aracaju (-3,14), Curitiba (-2,15%), Rio de Janeiro (-2,06%) e Recife (-2,05%). E as maiores altas de preço ocorreram nas cidades de Fortaleza (3,20%), Natal (2,70%), Vitória (1,20%) e Belém (0,64%).

A queda verificada em Porto Alegre fez com que o maior custo apurado ficasse com São Paulo. Mesmo com queda de 0,02% em relação à apuração passada, a cidade apresentou a cesta mais cara do país, de R$ 166,96 – ultrapassando a capital gaúcha (R$ 163,80) e Brasília (R$ 162,92). Os menores valores ocorreram em Recife (R$ 137,44), Salvador (R$ 138,06) e João Pessoa (R$ 139,99).

No acumulado do primeiro trimestre, apenas as capitais da região Sul do país registraram variação negativa: Porto Alegre (-3,13%), Curitiba (-2,99%) e Florianópolis (-0,05%). As maiores altas aconteceram no Nordeste: Fortaleza (12,44%), Natal (11,24%) e João Pessoa (9,31%).

Já no acumulado do ano, 12 capitais apresentaram custo menor na cesta básica. Isto ocorreu porque há um ano a alta do dólar, verificada nos últimos meses de 2002, ainda pressionava os preços praticados no mercado. Em 12 meses, as principais quedas foram em Florianópolis (-9,46%), Curitiba (-7,47%), Belo Horizonte (-5,65%) e Porto Alegre (-5,24%).

Entre os itens da cesta, o açúcar foi o produto que apresentou queda em todas as capitais pesquisadas. Se há um ano o item exibia tendência de alta, agora seu preço cai em virtude de boas safras de cana, que permitiram maior oferta do produto.

O tomate, sempre sujeito a variações, nos últimos dois meses deixou de ser o vilão e apontou retração em seus preços. Em março, teve redução em doze capitais, comportamento bem diferente do verificado há um ano, quando apresentou alta em 15 localidades.

De acordo com os cálculos do Dieese, o salário mínimo ideal hoje deveria ser de R$ 1.402,63, 5,8 vezes o mínimo vigente, que é de R$ 240,00.

(FABIANA UCHINAKA)