Brasília, 1/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), sedia amanhã a primeira reunião externa do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados. Previsto no Regimento Interno da Câmara como instância responsável pela elaboração de estudos e análises relativas a tecnologias, políticas e ações de alcance nacional no âmbito da aplicação da Ciência, ele foi instalado em 28 de maio de 2003.
O LNLS é um centro utilizado por cientistas de dezenas de instituições inclusive do exterior desde 1997, quando abriu aos pesquisadores um equipamento sem similar em todo o Hemisfério Sul: uma fonte de luz síncrotron, que produz Raios-X, Ultravioleta, Infravermelho e, também, o espectro da luz visível ao olho humano. Esta é uma poderosa ferramenta de trabalho científico, com a qual se estuda propriedades físicas e químicas de átomos e moléculas, os ingredientes básicos de todos os materiais.
O progresso da indústria aeronáutica, por exemplo, avançou com o surgimento de materiais mais leves e mais resistentes. Na indústria farmacêutica há a constante busca por medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Outra área importante que é beneficiada por pesquisas com luz síncrotron é a dos materiais semicondutores, de onde surgem a cada dia chips mais potentes.
As indústrias do setor têxtil que já tiveram seu perfil alterado pelo desenvolvimento de materiais sintéticos, também devem continuar a receber impactos provenientes das pesquisas que hoje utilizam a luz síncrotron. Outra linha de pesquisa que ocorre no LNLS é a de busca por
conhecimentos sobre doenças tipicamente tropicais, como o Mal de Chagas, que mata milhares de pessoas por ano em regiões carentes.
A área de biologia molecular estrutural está recebendo um reforço considerável com a criação de um setor especialmente dedicado a pesquisas de interesse biológico. O LNLS tem um Centro de
Biologia Molecular Estrutural. Ele coloca também ao alcance de pesquisadores potentes microscópios e todos os equipamentos indispensáveis para preparar amostras para análises. Um dos microscópios, de transmissão por feixe de elétrons, amplia o objeto observado em 1,5 milhão de vezes, o que permite visualizar os átomos. A infra-estrutura disponível para cientistas inclui, ainda, equipamentos de ressonância magnética nuclear, destinados especificamente ao estudo de proteínas. (Ascom LNLS)