Brasília, 31/03/2004 (Agência Brasil - ABr) - O futuro presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, defendeu hoje a construção de uma relação mais harmônica entre o poder Executivo e Judicário. Ele garantiu que vai manter, à frente do STJ, a postura de apaziguar as relações entre os três poderes. "Nós temos que primar para que o princípio da independência entre os poderes não deixe de observar também a determinação constitucional da harmonia. Ninguém vai ver o poder Judiciário batendo boca em público com agentes do poder Executivo", afirmou Vidigal.
O primeiro passo para a harmonia entre os poderes, segundo o ministro, será dado durante a sua posse, marcada para o dia 5 de abril. Vidigal entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, com a garantia de que Lula será "bem tratado" durante a cerimônia de posse por parte da OAB. Pelo protocolo da cerimônia, o presidente da República não discursa e permanece calado mesmo diante de críticas de membros do Judiciário.
As discussões entre o Executivo e o Judiciário marcaram o primeiro ano de mandato do presidente Lula. Primeiro, o presidente recebeu duras críticas depois de defender a abertura da "caixa preta" do poder Judiciário. O segundo episódio foi durante a cerimônia de posse do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, em junho do ano passado. Lula ouviu duras críticas de Corrêa contra a reforma da Previdência.