Brasília - As Tvs públicas brasileiras exibem esta semana programação especial relativa aos 40 anos do golpe militar de 1o de abril de 1964. Documentários, entrevistas e debates ao vivo lembram a data.
As TVs Nacional e NBr, da Radiobrás, apresentam desde segunda-feira, sempre às 21h, a série "Brasil Interrompido - 40 Anos do Golpe Militar de 64". Hoje, será exibido o documentário "Crônica de um Golpe", produzido pela Rede Minas. Em seguida, os canais da Radiobrás exibem um documentário especial, "O Passageiro Precioso - Juscelino Kubitschek", produção de 2002, do CPCE/UnB. Dirigido por Paulo José Cunha, o filme relembra a visita secreta que JK fez a Brasília em 1972 e se baseia no artigo "Brasília não vê JK chorar", do jornalista Carlos Chagas, publicado no jornal "O Estado de São Paulo". Em seguida, às 22h30, o programa Debate Nacional, ao vivo, apresenta o tema "O Novo Papel das Forças Armadas".
A TV Câmara, além de exibir reportagens especiais para suas duas edições diárias de telejornal, preparou um documentário que estréia hoje, às 22 horas, e continua nos dias 14 e 28 de abril, no mesmo horário. "Contos da Resistência" terá lançamento e pré-estréia às 19 horas, no plenário da Comissão de Constituição e Justiça – CCJ. O filme divide a história da insurreição militar em quatro episódios. O enfoque é sobre os movimentos que fizeram resistência aos militares e como eles contribuíram para a construção da democracia atual no país.
O documentário revela, ainda, como o Congresso Nacional foi um núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos governantes nos vinte e um anos de regime militar. Entre os entrevistados estão pessoas que viveram aquela época, tais como: Alberto Dines, Dom Paulo Evaristo Arns, Ziraldo, Sérgio Cabral e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No dia 03 de abril, às 16 horas, a TV Senado estréia o programa Senado Documento. Nesse primeiro episódio será exibido um documentário especial sobre os 40 anos da insurreição militar de 64. O filme traça um cenário político, econômico e social desde o governo JK, passando pela renúncia de Jânio Quadros e a deposição de João Goulart. Jornalistas, políticos, militares, religiosos e empresários somam 34 personagens da época que foram ouvidos pelos diretores do documentário, César Mendes e Chico Sant’Anna.
O Supremo Tribunal Federal é o guardião maior da Constituição desde a instauração do regime republicano no país. Em três momentos diferentes sofreu a intervenção do poder executivo no exercício de suas funções. O primeiro foi em 1891, no governo do Marechal Floriano Peixoto. O segundo na década de 1930, com o presidente Getúlio Vargas. E o terceiro em 1964, com a intervenção militar no Brasil. Para retratar esses três períodos, a TV Justiça lança o documentário, "As Chaves da Democracia – A resistência do Supremo Tribunal Federal em Tempos de Opressão". Assim como os outros Poderes, o Judiciário, por meio da sua mais alta representatividade, o STF, também não planejou nenhuma solenidade oficial para relembrar um dos anos mais importantes na história do país: 1964.