Brasília, 31/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Reunidos hoje no Conselho Superior da Agência Espacial Brasília (AEB) representantes do governo federal concluiram que sem investimento continuado o Programa Espacial Brasileiro deve parar. No encontro também foi analisado o relatório sobre o acidente ocorrido em agosto de 2003 com o Veículo Lançador de Satélite (VLS) no Centro de Lançamento de Alcântara (Cla), no Maranhão.
De acordo com nota divulgada pela AEB no final do encontro houve o seguinte consenso: "se não houver recursos suficientes para levar o Programa Espacial Brasileiro adiante com um mínimo de resultados para a sociedade brasileira é preferível encerrá-lo".
Foram analisadas medidas para a revitalização do programa. Os conselheiros esperam a liberação, ainda este ano, de R$ 106 milhões para atividades relacionadas ao VLS e aos compromissos assumidos com a Ucrânia.
"São valores realísticos, que já foram praticados no país, e que são modestos se comparados a outros países", diz o presidente da AEB, Luiz Bevilacqua. Nelson Cabral, representante do Ministério das Comunicações no Conselho, sugeriu a busca de recursos em fontes alternativas, como o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) ou Fundo de Telecomunicações (Funtel).
Ficou decidido que serão criados grupos de trabalho compostos por representantes da indústria, da academia e especialistas para acompanhar os programas ligados à área de veículos lançadores, satélites, e infra-estrutura.
Para o diretor da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab), Walter Bartels, a indústria tem capacidade para suprir as necessidades de recursos humanos para os programas. Bartels defende o aumento de encomendas às indústrias. "Os institutos precisam fazer pesquisa, e não atividades industriais. Deixem isso para nós", pede o diretor da Aiab.