Reunião de subprocurador com Cachoeira teve tom de conspiração, diz ministro

31/03/2004 - 15h11

Brasília, 31/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirma que a reunião entre o subprocurador-geral da República, José Roberto Santoro, e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, teve, claramente, conteúdo de conspiração para prejudicar o governo. A fita com o diálogo entre o subprocurador e o empresário foi divulgada, ontem à noite, pelo Jornal Nacional. Na gravação, Santoro tenta convencer Cachoeira a entregar a fita que continha conversa entre ele (o empresário) e o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz. Segundo Thomaz Bastos, o governo ficou estarrecido com o conteúdo da conversa entre Cachoeira e Santoro.

"O que se via era uma espécie de pressão muito forte para que ele (Cachoeira) colaborasse. Colaborasse para quê? Para apurar o caso do Waldomiro? Não só. Para apurar o caso do Waldomiro, para destruir o ministro José Dirceu e para derrubar o governo deste operário que teve 53 milhões de votos em 2002", questiona o ministro da Justiça.

Thomaz Bastos questiona também a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra diretores da Caixa Econômica e da Gtech e contra o empresário Carlos Cachoeira. De acordo com o ministro, a denúncia foi feita apressadamente, sem que o inquérito policial tenha terminado ou que a sindicância do Palácio do Planalto tenha sido juntada aos autos e entregue ao promotor de Justiça. "Faltam laudos, faltam testemunhas e, no entanto, saiu uma denúncia que, estranhamente, propõe o perdão judicial ao sr.Carlos Cahoeira. Por quê? Por que teria colaborado espontâneamente? Não. Ele foi pressionado", acrescenta Thomaz Bastos.