São Paulo, 31/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O nível de atividade na indústria paulista manteve-se estável em fevereiro, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com o ajuste sazonal, fevereiro registrou leve alta, de 0,2%, em relação a janeiro. A elevação foi puxada por setores exportadores, como mecânica (no caso, o segmento fabricante de máquinas e implementos agrícolas) que teve crescimento de 13% em fevereiro por conta das exportações do agronegócio.
Os setores que mais dependem do mercado interno foram os que registraram maiores quedas em fevereiro. O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Cláudio Vaz, chama a atenção para o segmento de produtos alimentares, que teve uma retração de 7,2% no nível de atividade.
"Todos os setores de alimentação têm apresentado pequena, mas consistente queda de consumo", informa.
Para o diretor da Fiesp, a reativação do mercado interno depende de dois fatores: da continuidade da queda da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e das medidas da agenda positiva do governo. Para Vaz, um terceiro fator que contribui para o reaquecimento da demanda interna é a nova política industrial do governo, anunciada hoje.
A estabilidade dos indicadores da Fiesp não compromete a expectativa de crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2004, na avaliação do diretor da Fiesp.
"A expectativa não foi alterada, foi apenas deslocada para o segundo semestre", diz.
Ele acredita que a baixa demanda no mercado interno também não ameaça os números de crescimento da economia. Segundo ele, a contínua alta nas exportações é suficiente para garantir a meta.
"Um crescimento de 3,5% é muito pouco e a contribuição do mercado interno é pequena", pondera.