Recife, 31/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - "O golpe militar que depôs o presidente João Gulart em 31 de março de 1964, e instalou no país um período de ditadura, representou um retrocesso para as reformas que o Brasil precisava implementar". A análise foi feita hoje pela cientifica política Argelina Figueiredo, da Universidade de Campinas, ao abrir na Fundação Joaquim Nabuco o primeiro ciclo de debates do seminário "O Golpe de 64 - 40 anos depois", que reúne pesquisadores, economistas, jornalistas, políticos, estudantes, historiadores e ex-governadores que foram exilados políticos.
Ela destacou que na época uma pesquisa do Ibope constatou que 75% da população brasileira se identificava com algum partido político, sendo a maioria anticomunista, mas favorável às reformas para corrigir as desigualdades sociais.
De acordo com Argelina Figueiredo, se na década de 60 tivessem ocorrido mudanças, ainda que limitadas, principalmente com relação à reforma agrária, o país estaria vivendo uma situação diferente hoje.