Rio, 31/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A construção pela indústria brasileira de 22 navios para a Transpetro, subsidiária da Petrobrás, envolvendo investimentos de US$ 1,1 bilhão, vai contribuir para que o setor volte aos níveis que tinha nos anos 70 e 80. Aquela época ficou conhecida como uma das melhores da indústria naval nacional. A reativação do setor também vai dinamizar o mercado de seguros e de resseguros no país.
A avaliação foi feita hoje, na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, pelo presidente do IRB-Brasil Re, antigo Instituto de Resseguros do Brasil, Lídio Duarte. Segundo ele, a construção das embarcações nos estaleiros locais vai incrementar a carteira de seguros marítimos, especialmente de construção naval, que foi a segunda maior do mundo na década de 70.
Na hipótese de construção dos petroleiros, a carteira de seguros marítimos envolverá o seguro de performance para o financiador; o de risco da construção naval, feito pelo armador ou pelo estaleiro; e o de exportação, porque grande parte do material de navegação e máquina é importado, o que gera também seguro de transporte internacional.
"É um multiplicador e tanto na indústria naval", disse Duarte. Ele não soube precisar o valor dos seguros e do resseguro para esse tipo de operação, explicando que essa estimativa passa pelo investimento que a Petrobrás vai fazer.
O que já está definido com relação à garantia para o financiamento é que o IRB e as entidades do mercado, que normalmente dão cobertura para seguros de performance, vão poder de novo participar desses seguros, prevendo-se inclusive a troca de garantias.
Isso permitirá ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passar a usar o seguro de performance como garantia. "O seguro de performance vai garantir que a embarcação seja construída, e é isso que o BNDES quer", afirmou Duarte.