Teresina, 25/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os governos federal, estadual e a iniciativa privada inauguraram hoje, no Piauí, um novo modelo de produção agrícola que poderá ser adotado em várias regiões do semi-árido nordestino: 560 famílias de trabalhadores rurais vão plantar mamona para a fabricação de biocombustível. O núcleo de produção está instalado no município de Canto do Buriti, a 500 quilômetros de Teresina.
Um termo de cooperação técnica firmado durante a inauguração do núcleo vai promover, incentivar e acompanhar a produção e o uso do biodiesel obtido com o processamento da mamona. O compromisso foi firmado pelos ministros do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o governador do estado, Wellington Dias, e o presidente da Brasil EcoDiesel, Daniel Birmann.
A mamona será cultivada em consórcio com outras culturas, particularmente a do feijão. Cada agricultor familiar ocupará um lote de 18 hectares, dos quais 15 hectares se destinarão ao plantio de mamona e três hectares a outras culturas de subsistência. A produção estimada até março de 2005 é de 15 mil toneladas de mamona e a expectativa é que cada família tenha um rendimento médio mensal de R$ 700,00. A propriedade foi dividida em 16 células de 625 hectares com capacidade para 35 famílias cada.
O biodiesel é a principal experiência com combustível alternativo do governo federal. Proveniente da biomassa, o diesel natural reduz a emissão de dióxido de carbono na atmosfera, é biodegradável e não contém enxofre, podendo ser usado puro ou misturado ao diesel derivado de petróleo.
Segundo a ministra Dilma Rousseff, a iniciativa de Canto do Buriti será um dos modelos de implantação da exploração de biodiesel no Brasil, já que a mamona tem afinidade com o semi-árido nordestino e gera um produto de boa qualidade. "Estamos abrindo um novo caminho para o desenvolvimento econômico e social do país. Nós vamos extrair petróleo verde do nordeste", ressaltou.