Brasil entrou em rota sustentável de superávit primário a partir de 1998, diz Meirelles

25/03/2004 - 13h43

Brasília, 25/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A partir de 1998, o Brasil entrou numa rota sustentável de superávit primário, e o governo Lula estabeleceu a meta de 4,25%, com cortes de gastos públicos. A reforma previdenciária, aprovada no ano passado, ajudou muito nesse processo de ajuste fiscal, o que permitirá redução consistente da relação dívida pública/PIB.

As afirmações constaram da exposição sobre a política econômica do governo que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez hoje na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Segundo ele, a redução da exposição da dívida pública atrelada ao câmbio e o aumento da participação dos papéis com correção prefixada foram muito importantes no processo de reconquista da confiança, interna e externa dos fundamentos da economia brasileira.

O resultado disso é que a dívida cambial sobre a dívida total vem caindo gradativamente, o que diminui a vulnerabilidade do país ao risco externo; ao mesmo tempo a dívida prefixada sobre a dívida total tem crescido simultaneamente.

Outro aspecto importante para Meirelles é o alongamento dos prazos na negociação dos títulos do Tesouro Nacional, tanto no mercado doméstico quanto no exterior. "Isso demonstra o fortalecimento do processo de estabilização da economia", afirmou.

Segundo o presidente do BC, as exportações têm se diversificado tanto em termos de destinação quanto da pauta de produtos. Ele destacou que as vendas para a China em 2003 cresceram 317%. Também houve aumentos significativos nas exportações para a Rússia (254%) e para a África do Sul (142%).

Meirelles destacou que esses aumentos mostram o bom desempenho da balança comercial, que contribuiu para o superávit de US$ 4,1 bilhões nas transações correntes, em 2003. Ele disse que acredita na manutenção do superávit em conta corrente também neste ano.