Ações de combate à Aids serão intensificadas nas Forças Armadas

25/03/2004 - 8h28

Brasília, 25/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - As Forças Armadas, o Ministério da Saúde e o Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids) vão intensificar as ações de prevenção na luta contra a Aids no Brasil. Um convênio firmado ontem garante atenção específica ao controle das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids nas Forças Armadas.

A cada ano, 92 mil jovens são recrutados para prestar o serviço militar obrigatório. E, segundo dados do Ministério da Defesa, trabalham nas Forças Armadas mais de 300 mil pessoas. Todo esse contingente e mais 1,3 milhão de pessoas serão diretamente beneficiados com o programa.

O objetivo é fazer prevenção e controle da Aids dentro e fora da corporação. As ações estarão voltadas aos recrutas e oficiais de 18 a 28 anos de idade. É nessa faixa etária da população brasileira que se encontra o índice mais alto de infecção pelo vírus do HIV.

O Ministério da Saúde acredita que as Forças Armadas sejam estratégicas no controle da doença por estarem diretamente envolvidas com um segmento da população que é hoje um dos focos prioritários do Programa Nacional de DST/Aids. "Nas escolas militares, por exemplo, o programa de prevenção vai ser reforçado e preservativos vão ser distribuídos", disse Denise Doneda, responsável pela unidade de prevenção.

Parceria

A parceria histórica entre os Ministérios da Saúde e da Defesa vai possibilitar a atuação dos militares no interior do país e em regiões de fronteira, onde têm sido detectado crescimento da epidemia da Aids. Os recrutas e oficiais podem atuar como multiplicadores. Além disso, soldados enviados para missões de paz poderão ajudar a população civil em ações de prevenção e controle da doença em lugares como Timor Leste ou Haiti, por exemplo.

O projeto será financiado pela Unaids por dois anos. O diretor da Unaids, Ulf Kristoffersoon, que veio ao Brasil para concretizar essa parceria com o governo brasileiro, acredita na mensagem de prevenção transmitida pelos militares. "As pessoas em uniformes são respeitadas", lembra o diretor. Ele explica que os soldados podem passar segurança.

O Brasil é o quarto país do mundo a assinar esse tipo de acordo. O que reforça o compromisso do governo brasileiro em combater a aids, segundo Kristoffersson. O projeto já foi implantado em outros 61 países, mas a formalização de um convênio só foi feita pelo Uruguai, Peru, Moçambique e agora Brasil.