Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro Waldir Pires, da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgou nota oficial rebatendo as críticas do PFL de que estaria perseguindo politicamente municípios administrados pelo partido, ao instituir o sistema de sorteios públicos. Segundo o ministro, o programa do governo federal de sortear as cidades que são investigadas pela CGU é idôneo e em nenhum momento escolheu municípios por nenhum critério específico - especialmente disputas políticas. "A isenção no processo de definição das áreas fiscalizadas é incontestável. Não há como pretender enxergar perseguição ou apadrinhamento político em um programa com tais características", enfatiza o ministro.
Waldir Pires ressalta que só no ano passado 281 municípios foram fiscalizados. No estado da Bahia, governado pelo PFL, o ministro diz que das 16 cidades investigadas, apenas seis são administradas pelo partido liberal. "O que não se pode é querer culpar a CGU pelo fato de nesses municípios terem sido encontrados os indícios mais graves e espantosos de corrupção, a ponto de, freqüentemente, chamar a atenção e o interesse da mídia nacional", afirma o ministro.
O Programa de Fiscalização a partir de sorteios públicos foi instituído pela CGU no ano passado, logo após a posse do presidente Lula. Os sorteios dos municípios são realizados em público, com a presença da imprensa. O ministro Waldir Pires garantiu que, mesmo diante de pressões políticas, os sorteios e investigações contra a corrupção vão continuar.
E ele já anunciou para o dia 29 de março mais um sorteio de 50 municípios que serão investigados pela Controladoria. "A CGU informa que, independentemente de quaisquer pressões ou intrigas dos que não querem o fim da corrupção, o programa prosseguirá com a mesma firmeza de antes".