Só amor à arte permitiu montagem de Fausto, diz diretor

22/03/2004 - 11h18

Curitiba, 22/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Só o amor pelo ofício conseguiu fazer com que o espetáculo "Fausto Zero" chegasse aos palcos. Todos os atores trabalharam sem ser remunerados. "Começamos sem dinheiro nenhum, usando o material que tínhamos. Cada um trazia objetos de casa. Para minha satisfação, todo o processo foi bem caótico", brinca o diretor Gabriel Vilella.

A peça só conseguiu ir ao Festival de Teatro de Curitiba porque a organização permitiu o pagamento adiantado. "Quantos pactos a gente deveria ter feito para levar o Fausto ao palco?", ironiza o diretor, comparando a situação à história do espetáculo.

Fazer teatro ainda significa, muitas vezes, abrir mão do dinheiro pelo prazer de atuar. Foi o que fez a atriz Walderez de Barros, que interpreta Fausto. "Fiquei muito tempo na TV, onde eu ganho muito e trabalho pouco. Mas o Gabriel me trouxe de novo a vontade de fazer, o entusiasmo", afirma a atriz. Para concluir a peça, Walderez recusou o convite de uma novela de televisão. Ao contrário da história que conta, o espetáculo é a "celebração de uma atriz que não vendeu sua alma", afirma Vilella.