Rio, 22/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A situação da indústria naval brasileira é extremamente grave e o país precisa repensar o setor. A afirmação foi feita pelo presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras para a área de transporte), Sérgio Machado. Ele lembrou que, em 1986, o país chegou a responder, via frota própria, por 22% do movimento de seu comércio exterior e hoje responde por apenas 4%.
Segundo o presidente da Transpetro, a vulnerabilidade brasileira no setor chegou a tal ponto, que o país só consegue responder com frota própria por 15% da movimentação interna de cargas. Apenas 4% do valor movimentado com frete de transporte marítimo interno de produtos fica no país. Outros 15% são relativos a navios fretados de empresas que estão no Brasil, mas que remetem em dólar os recursos para fora do país. Outros 81% são de empresas estrangeiras, que também remetem o dinheiro para fora.
"Isto significa dizer que, quanto mais o país for eficiente no seu comércio exterior, maior será o déficit brasileiro na área de serviços. E estamos falando de um mercado que tem uma receita anual de US$ 420 bilhões", informou Machado.
Sérgio Machado fez as declarações durante o seminário "A Indústria Naval como Alavanca do Desenvolvimento", no Jockey Club.