Porto Alegre, 22/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O núcleo de segurança e disciplina da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul também decidiu suspender as atividades nesta segunda-feira. Com isso, ficam prejudicados os serviços de transferências e remoção dos presos, transporte para audiências, atendimentos psicológico, jurídico, religioso e social, assim como os trabalhos prisionais. Segundo o comando de greve, cerca de 130 audiências deixarão de ser feitas no estado.
O presidente da Associação dos Agentes e Monitores Penitenciários (Amapergs), Flávio Berneira Júnior, disse que a orientação já foi passada aos presídios gaúchos. Ele informou que os servidores vão montar acampamento próximo ao Presídio de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), na região Metropolitana de Porto Alegre, como forma de mostrar a mobilização da categoria.
A paralisação dos servidores da segurança pública do estado atinge 70% da categoria em Porto Alegre e nas principais cidades do interior do estado. Os policiais civis, peritos e agentes penitenciários rejeitaram o apelo do governo estadual e deflagraram greve no primeiro minuto de hoje, por tempo indeterminado. Somente ocorrências de homicídio, latrocínio, suicídio, estupro e acidentes com morte, estão sendo registradas. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Instituto-Geral de Perícias (Sindipericia), Adriana Wolffenbuttel, nesses casos, a perícia é feita, mas não será emitido laudo.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Servipol), Paulo Lucas de Moura, disse que dos cinco mil policiais civis na ativa, apenas 30% estão mantendo suas atividades, atendendo a um dispositivo da legislação. Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado (Servipol), Paulo Lucas de Moura, os servidores da segurança pública reivindicam reposição da inflação dos últimos nove anos, reajuste salarial de 25%, gratificação pela dedicação exclusiva e diminuição das diferenças entre os vencimentos da categoria.
Em apoio aos colegas da Polícia Civil, policiais da Brigada Militar iniciaram uma operação padrão. Pretendem deixar viaturas e equipamentos fora das ruas, além de intensificar as barreiras, inspecionando inclusive veículos oficiais.