Rio, 22/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A atração para o Brasil de uma planta de componentes na área de microeletrônica é um desejo do governo. Porém, exige, para a sua concretização, uma série de ações, entre as quais a consolidação da rede de pesquisa e desenvolvimento e as questões de crédito e incentivos fiscais. A afirmação é do ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, que informou que essas ações já são desenvolvidas há algum tempo pelo Ministério do Desenvolvimento. As ações prevêem a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como agente financeiro à exportação.
Campos admite, entretanto, que decidir sobre a instalação de uma planta dessa natureza por um grupo internacional não é um ato que "se toma em cima de cartas de intenção, mas a partir de posicionamentos muito concretos".
Campos informa que vários grupos têm sido procurados pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Os grupos estão analisando o país pela dimensão do mercado interno e pelo que tem de infra-estrutura, em C&T, em comunicação, em portos, em aeroportos. "O Brasil é um forte concorrente a uma planta dessas", diz o ministro da Ciência e Tecnologia.
O governo tem a compreensão de que é preciso estabelecer uma rede com os institutos públicos e privados que suportem a pesquisa e o desenvolvimento na questão dos semicondutores e o setor de microeletrônica como um todo, afirma o ministro.
Esta é uma indústria bastante subsidiada, com isenção total do Imposto de Renda em alguns países, informa Eduardo Campos. O ministro diz que o Brasil tem consciência de que, para atrair uma planta dessas, precisa partilhar com os estados inclusive a questão da isenção fiscal, porque parte da carga tributária que incide sobre um empreendimento desse vulto se refere a tributos estaduais.
"Mas o governo brasileiro tem a clareza da importância de atrair um empreendimento dessa natureza", declara Campos, indicando que o BNDES poderia financiar o projeto.
A área de semicondutores terá uma linha específica de crédito.Caso se viabilize a construção de uma planta de componentes na área de microeletrônica, ela terá garantia de crédito, sobretudo para exportação.
"Algo que pode tornar a proposta brasileira atrativa é ter um banco como o BNDES para fomentar e estruturar as operações de exportação dessa planta", avalia o ministro.