Fiscais agropecuários gaúchos voltam ao trabalho

19/03/2004 - 15h16

Porto Alegre, 19/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os fiscais agropecuários federais do Rio grande do Sul optaram por voltar ao trabalho nesta sexta-feira, dando uma trégua, de sete dias, no movimento. A decisão foi tomada durante assembléia na delegacia regional do Ministério da Agricultura em Porto Alegre.

O presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários Federais no estado, Mario Fernando Lopes, disse que os fiscais gaúchos voltam a trabalhar nesta tarde seguindo a decisão nacional da categoria.

Ele garantiu que será feito um esforço maior para recuperar os efeitos da greve, que começou na segunda-feira (15), e deixou um acúmulo de serviço nos postos de fronteira, portos, serviços de sanidade animal e de Inspeção de produtos de origem animal e demais atividades de controle federal do ministério. Segundo Lopes, a categoria vai esperar nova proposta do governo federal até a próxima sexta-feira.

O dirigente reconheceu que o movimento começou a perder forças no estado por causa da liminar concedida pela Justiça Federal aos frigoríficos gaúchos, determinando a volta da fiscalização.

A medida atendeu ao mandado de segurança impetrado em conjunto pelos sindicatos das indústrias de Produtos Suínos, de Carnes e Derivados, de Laticínios e Produtos Derivados, de Produtos Avícolas e de Alimentação do RS, estabelecendo que o Mapa/RS voltasse a fiscalizar os produtos dessas entidades.

Lopes explicou, porém, que o movimento não é apenas reivindicatório por salários e sim por condições plena do trabalho que muitas vezes não é bem feito por falta de recursos. Segundo ele, além das reivindicações nacionais da categoria, os fiscais do Rio grande do Sul estão lutando também pela realização de concurso no setor. Ele disse que existem apenas 248 agentes agropecuários em todo o estado e que a necessidade é de 700 a 900 fiscais.

Somente ontem, 860 cargas foram retidas ontem no estado. Volumes perecíveis foram liberados no porto de Rio Grande. Em Santa Cruz do Sul, calcula-se prejuízo de US$ 4 milhões no fumo. Já em Alegrete, o Frigorífico Mercosul suspendeu o abate. Em Livramento, caminhões com carga de banana, vindos de Santa Catarina com destino ao Uruguai, foram liberados e há 23 cargas de cevada retidas.