Em Pernambuco, especialistas de vários países apresentam resultados de políticas de combate à fome

19/03/2004 - 8h01

Marina Domingos
Enviada especial

Olinda (PE) - A experiência de outros países no combate à pobreza e à fome trouxeram à II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional representantes do governo chinês, que mostraram ontem resultados do Plano Nacional para Diminuição da Pobreza e Desenvolvimento.

O projeto, implantado em 1987, reduziu o número de pessoas em situação de pobreza de 250 milhões, registrados em 1978, para 85,1 milhões em 2003. No fim dos anos 70, o governo chinês contabilizava 30,7% da população rural vivendo em condições de miséria nas aldeias do interior do país, onde o problema era maior.

"Apesar das diferenças regionais, todos tinham em comum o uso de métodos antiquados e o baixo nível da produção que não satisfaziam as necessidades da população", revela o representante do Conselho de Estado para Diminuição da Pobreza e Promoção do Desenvolvimento da China, Gao Hong Bin.

Segundo ele, a situação começou a mudar depois do início da reforma agrária, que teve como principal diretriz a responsabilidade pela família e a elevação dos preços dos produtos agrícolas. "Houve um grande aumento do interesse dos trabalhadores rurais e a economia rural melhorou, com aumento da receita", continua Hong Bin.

Com as bases lançadas, o governo chinês decidiu incluir no plano de desenvolvimento econômico e social do país, um programa maciço para diminuição da pobreza. Para isso estabeleceu metas e prazos a serem cumpridos, com foco no aumento de renda da população, investimentos no setor de infra-estrutura e preservação do meio ambiente. "A intenção era suprir as necessidades da população empobrecida o mais rápido possível", diz.

Gao lembra ainda que, para o modelo de combate à pobreza dar certo, foi preciso definir o desenvolvimento econômico como eixo central e, a partir dele, orientar a população pobre para o ajuste à estrutura econômica do mercado.

"O governo enviou o apoio capital, técnico e político para as zonas pobres para que elas pudessem aproveitar os recursos locais, estimulando e melhorando as condições de trabalho", afirma.