Rio, 18/3/2004 (Agência Brasil - ABr) – O diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RJ), Paulo Maurício Castelo Branco, apresenta amanhã (19) ao Conselho de Moda de Nova Friburgo propostas para aprofundamento de ações que visem o fortalecimento do Pólo de Confecções de Moda Íntima dos municípios de Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras e Bom Jardim. As propostas foram tiradas do I Censo da Indústria Têxtil e de Confecções de Nova Friburgo, cujos resultados parciais foram divulgados hoje pelo Sebrae/RJ e pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Paulo Maurício Castelo Branco enfatizou a necessidade de se trabalhar cada vez mais a formalização das empresas. Embora Nova Friburgo esteja dentro da média brasileira, apresentando relação de três empresas formais criadas para uma informal, o aumento do nível de formalização traz vantagens para as micro e pequenas empresas, como acesso ao crédito e a programas de capacitação e condições de trabalho mais adequadas para os trabalhadores, argumentou.
Outra prioridade que será levada ao Conselho diz respeito à capacitação gerencial. Castelo Branco informou que o censo realizado pelo Sebrae/RJ e UFRJ aponta a necessidade de estender a qualificação a um número maior de micro e pequenas empresas da região, para que possam ser obtidos resultados positivos no médio e longo prazos.
Para aumentar a participação de Nova Friburgo, que detém 25% do mercado nacional no setor, e atingir a meta de penetrar no mercado internacional será preciso que as confecções do Arranjo Produtivo de Nova Friburgo invistam mais na área do design, afirmou. "Se não houver investimento nessa área, pode-se perder a participação já adquirida no país", disse o diretor superintendente do Sebrae/RJ, indicando também a necessidade de melhoria da qualidade dos produtos.
O aprimoramento dos canais de comercialização é outra proposta que será debatida no encontro. A idéia é trazer os canais informais, entre os quais se incluem as vendas por meio de "sacoleiras", para a cadeia produtiva do setor de confecções de Nova Friburgo, aproximando-os dos empreendedores e fabricantes. Em relação ao crédito, Castelo Branco definiu que este é um ponto fundamental para qualquer arranjo produtivo local, se quiser elevar o patamar das vendas e da produção.
"O Arranjo Produtivo Local de Nova Friburgo tem que ter crédito em condições mais atrativas, incluindo prazos de carência e de amortização e taxas de juros mais adequadas ao porte das micro e pequenas empresas da região".
A idéia, revelou Castelo Branco, é utilizar cada vez mais os mecanismos de crédito disponíveis no Banco do Brasil e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para atender à maior demanda das micro e pequenas empresas, que é capital de giro, para compra de matérias-primas e produtos semi-acabados para formação de estoques, visando enfrentar o mercado externo.
(Alana Gandra)