Brasília, 18/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Especialistas de todos os estados brasileiros, 300 convidados, representantes de outros países, como China, Índia e Itália, estão reunidos na II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que acontece de 17 a 20 de março, em Olinda (PE) para sugerir políticas e propor soluções para o combate à fome.
Além de metas políticas, a conferência, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura, também vai discutir a educação alimentar das famílias de baixa renda para garantir a efetiva erradicação do problema.
"Não basta garantir acesso à alimentação. É preciso educar a população para a alimentação adequada e saudável. Portanto, é um trabalho extraordinário que a sociedade brasileira tem à frente e creio que a conferência indicará posições nesse sentido", afirmou o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Luiz Marinho.
Para a coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, o foco do evento deverá se voltar para a proposição de novas idéias na área de educação alimentar e nutricional e articulação entre o poder público e a sociedade para resolver o problema da fome.
"Nós acreditamos mais na educação das famílias. Numa política que leve a promoção de tal forma, que as pessoas possam ganhar com o seu suor o pão de cada dia", argumenta.
Segundo ela, o diferencial será criar bases estruturais para que as próprias famílias consigam se manter. "O Brasil deve investir muito para realmente erradicar, tirar as raízes da fome", afirma.
A primeira edição da conferência aconteceu há dez anos, sob a responsabilidade do sociólogo Herbert de Souza, que na época lançou a Campanha Nacional de Combate à Fome, trazendo o assunto, pela primeira vez, para o âmbito político-social brasileiro.
Durante a conferência, os delegados e representantes do Consea vão elaborar as diretrizes para o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que deverá ser implantado de 2004 a 2007.