Brasil se prepara para reativar embaixada no Iraque, afirma ministro

18/03/2004 - 19h06

Nádia Faggiani
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A reativação da embaixada brasileira em Bagdá está condicionada à recuperação da soberania iraquiana. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante palestra proferida ontem na London School of Economics, na Inglaterra. A transição para o governo próprio está prevista para o próximo dia 30 de junho.

"A transição para um governo iraquiano tem interesse especial para o Brasil, porque estamos tomando os primeiros movimentos para ter uma presença efetiva no Iraque. É um país muito importante, com o qual tivemos relações comerciais muito fortes no passado, e queremos voltar a ter", disse hoje Celso Amorim, após um encontro com o chanceler britânico Jack Straw, segundo o Itamaraty.

A reativação da embaixada brasileira em Bagdá, prevista para o segundo semestre do ano, será precedida do envio de uma missão diplomática ao Iraque para avaliar as questões de segurança e perspectivas comerciais. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, essa iniciativa está associada ao interesse do governo brasileiro em normalizar as relações entre os dois países.

"A partir do momento em que houver recuperação da soberania e existir um interlocutor legítimo no governo iraquiano, haverá elevação do perfil de intercâmbio entre os países. Será feito um esforço de recuperação, inclusive financeiro, da embaixada em Bagdá", afirma o chefe do Departamento de Oriente Próximo do Ministério das Relações Exteriores, ministro Sarkis Karmirian.

A desativação da embaixada brasileira em Bagdá, assim como as de outros países, aconteceu depois da Guerra do Golfo, em 1991, quando houve determinação da Organização das Nações Unidas (ONU) para evacuação de pessoal por questões de segurança.

O governo brasileiro também estuda a possibilidade de abrir um escritório de diplomacia em Hamalá, na Palestina.