Estudo da Unesco vai subsidiar políticas públicas para jovens

16/03/2004 - 18h25

Brasília, 16/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ), semelhante ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é a inovação apresentada no Relatório de Desenvolvimento Juvenil no Brasil, divulgado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O índice considera a comparação de dados de educação, saúde e renda, para classificar as condições de vida dos jovens.

O relatório da Unesco vai subsidiar o governo na criação de políticas públicas destinadas aos jovens. "A idéia é auxiliar as política públicas e principalmente acompanhar o que melhorou e o que piorou", disse Júlio Jacobo, coordenador do relatório e chefe do escritório da Unesco em Pernambuco.

A pesquisa, pioneira no mundo, mostrou que o futuro do jovem depende do lugar onde ele vive. O Sul do país oferece mais oportunidades do que o Norte. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que Santa Catarina e o Distrito Federal são as regiões com os maiores IDJs - 0,673 e 0,652, respectivamente. Os menores índices foram detectados em Pernambuco (0,361) e Alagoas (0,337). Quanto mais próximo da unidade, maior é o desenvolvimento juvenil.

O relatório mostrou que 7 milhões de jovens no Brasil não trabalham nem estudam, o que representa 20% dessa população. Outra conclusão do estudo é que as taxas de analfabetismo entre os jovens são baixas (4,2%), mas com distribuição desigual. Em todas as faixas etárias analisadas, o analfabetismo é maior entre negros e pardos (6,4%) do que entre brancos (2%); apenas 29,2% dos jovens do país estão matriculados no segundo grau ou no ensino superior.

De acordo com a pesquisa, a média nacional de renda familiar per capita dos jovens foi de 1,46 salário mínimo e a taxa de mortalidade dos jovens cresceu, passando de 128 para 133 por 100 mil habitantes.