Rio, 15/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, voltou a defender a construção de uma refinaria no Norte fluminense, como parte do projeto da Petrobras de construção de um oleoduto para escoamento da produção de petróleo da bacia de Campos. A governadora explicou que "o oleoduto nos traz alguns problemas de impacto ambiental que nós precisamos resolver. Não houve, por parte da Petrobras, uma conversa com o governo do estado nesse sentido. Nós precisamos conversar e ver que impactos são esses e de que forma nós podemos contornar tudo isso". Rosinha participou da cerimônia de posse do presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Joel Korn, reconduzido para mais um mandato.
Ela reiterou sua posição contrária à construção de um oleoduto "sucateando o estado do Rio de Janeiro". Afirmou que seu desejo é que a receita e os empregos fiquem no estado do Rio. A governadora sinalizou para a necessidade de uma conversa com os dirigentes da Petrobras sobre o projeto. Disse que o que não pode ocorrer é que cheguem para ela e digam: "ou você aceita o oleoduto ou vamos retirar o petróleo de qualquer jeito e vamos deixar de investir no Rio".
O governo do estado já está negociando com a Petrobras a construção da plataforma P-51 no país, desde que o casco seja fabricado também no estado. Para isso está disposto a conceder incentivo fiscal. "Acho que tem que ter coerência quanto aos administradores públicos para preservar a riqueza de cada estado. Eu defendo a riqueza do meu estado, o que é o meu papel", afirmou Rosinha.
A governadora prometeu que irá lutar pela construção da refinaria no Norte fluminense. Ela considerou estranho o fato de o oleoduto da Petrobras estar oferecendo 34 mil empregos, enquanto todo o oleoduto Colômbia /Brasil, que é quatro vezes maior, gerou 25 mil empregos na construção. "Queremos uma refinaria que vai deixar 30 mil empregos permanentes. Pleiteamos que toda a cadeia de subprodutos que uma refinaria pode oferecer venha para o nosso estado, o que vai gerar impostos e outros empregos", destacou Rosinha
Rosinha frisou que não deseja briga. No entanto, disse que, como governadora, não pode cruzar os braços e ver a economia do estado ser afetada. "As pessoas que moram aqui têm a mesma compreensão que o governo do estado tem", garantiu Rosinha.