Novo ministro diz que declaração de Costa Neto contra Palocci é pessoal

15/03/2004 - 14h59

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, divergiu do presidente do seu partido, o PL, Valdemar da Costa Neto (SP), que defendeu a substituição do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

"A declaração dele é pessoal, como tem sido pontual essa observação que se faz a respeito da política econômica do país. Eu, pessoalmente, entendo que a política desenvolvida no primeiro ano de governo foi correta. É uma política de controle da inflação. Nós costumamos esquecer com muita facilidade, mas a inflação está controlada, o país está respeitado lá fora, a possibilidade de investimentos é alta. O que se tem que fazer agora, no meu entendimento, é pegar tudo que se conseguir, em função dessa política econômica que foi adotada no país e investir em obras sociais, em resultados para a população".

De acordo com Alfredo Nascimento, que renunciou ao restante de seu mandato na Prefeitura de Manaus para assumir o Ministério dos Transportes, a pasta tem uma tarefa fundamental nessa questão. "Você não consegue produzir sem que tenha um bom escoamento dessa produção e oferecer ao final um produto barato à população ou um produto com competitividade para exportação. Então, a tarefa do Ministério é pelo menos no começo dar viabilidade ao escoamento dessa produção, se queremos gerar renda, desenvolvimento e empregos".

Para o ministro Alfredo Nascimento, não há contradição ou constrangimento em relação à atitude do presidente do PL, porque democracia é isso. "Além do mais é uma posição pessoal, política, e a minha posição é de técnico. E isso não foi discutido no partido. Assim como membros do próprio partido dos trabalhadores já fizeram observações sobre a política econômica. E o que fala o meu partido, o que fala o presidente do meu partido, o que fala o vice-presidente da Republica é em relação aos juros, com o que eu concordo. Só que a minha experiência de secretário de Fazenda do Estado do Amazonas por duas vezes me faz perceber que uma redução drástica dos juros pode ser comprometedora".