Fiscais agropecuários paralisam atividade e reivindicam melhores salários

15/03/2004 - 11h07

Brasília, 15/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os fiscais federais lotados no Ministério da Agricultura entraram em greve a partir de hoje (15). A exemplo do pessoal da Polícia Federal, a categoria reivindica aumento salarial e melhores condições de trabalho. Um fiscal do setor agropecuário, por exemplo, em início de carreira ganha aproximadamente R$ 1,7 mil. A categoria, agora, quer aproximadamente 30% de reajuste.

A greve é nacional e deverá causar transtornos, já que deixarão de ser fiscalizados produtos como carnes, grãos e bebidas. Poderá ainda haver prejuízo para as exportações, principalmente os produtos que precisam de certificação - a carne de frango é um deles, cujas vendas externas têm aumentado. O Brasil está livre da "gripe do frango" e vem obtendo lucros com isso, já que a produção de aves na Ásia e em países de outros continentes está suspensa ou em processo de fiscalização sanitária.

Outra função do fiscal agropecuário é barrar a entrada no País de pragas desconhecidas e fiscalizar a incidência das já existentes no país. Se na pecuária o Brasil tem conseguido evitar o 'mau da vaca louca' e a 'gripe do frango', tem travado uma luta contra a 'ferrugem asiática', que vem prejudicando a produção de soja.

O ministério da Agricultura vai montar um esquema especial com a ajuda dos estados e municípios para tentar minimizar os efeitos da greve.

"Estamos receptivos a qualquer proposta do governo e vamos manter 30% do nosso pessoal trabalhando, como determina a lei", garante o secretário-executivo da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA), Marcos Lessa.