Documentário sobre Sérgio Buarque de Holanda estréia esta semana

14/03/2004 - 9h42

Rio, 14/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O documentário Raízes do Brasil, de Nelson Pereira dos Santos sobre Sérgio Buarque de Holanda, patrocinado pela Petrobras, tem pré-estréia no Rio de Janeiro na 3ª feira (16) e em São Paulo na 5ª feira (18). O filme, uma "cinebiografia" do historiador, segundo avaliação da estatal, traça o percurso afetivo e histórico do intelectual.

Na obra, Holanda é retrato como um homem que vivia submerso no universo de seus livros, mas que também deixava a porta do escritório aberta para ouvir os ruídos da casa e as eventuais fofocas. "Era extremamente dedicado ao trabalho e ao mesmo tempo adorava a boemia e um papo com os amigos. Erudito, brincalhão, fumante inveterado e devorador de livros, sua história é contada no filme Raízes do Brasil, pela família, os amigos e por uma cronologia que ele próprio escreveu".

Segundo a área cultural da Petrobras, o filme tem "uma linguagem amorosa e bem-humorada, pontuado de momentos de emoção". O documentário foi realizado para celebrar o centenário de nascimento do historiador, em 2002. É dividido em duas partes, de 74 e 72 minutos cada. Na primeira parte, as imagens de Sergio Buarque aparecem em fotos aqui e ali e em algumas filmagens de época.

É por meio das histórias contadas por sua viúva Maria Amélia, pelos filhos e netos, e pelos amigos Paulo Vanzolini e Antonio Cândido, que o espectador passa a conhecer a alma, a obra e os hábitos de um dos mais respeitados intelectuais brasileiros. "A partir das entrevistas, o espectador é levado ao ambiente de trabalho do historiador, sua biblioteca, seu escritório, onde ele passava horas a fio lendo e escrevendo".

No filme, Nelson Pereira procura destacar aspectos menos conhecidos de Holanda, revelando como suas próprias raízes continuaram se desenvolvendo na vida de seus filhos e netos. Gravado em ambientes descontraídos como bares, casas dos familiares e ruas do Rio, o filme mostra que a seriedade intelectual de Holanda tem o complemento da alegria e da afirmação do lado brincalhão da vida.

A segunda parte do domentário é baseada nas anotações que Holanda fez a pedido de Chico Barbosa. Em apontamentos para a cronologia ele redigiu os fatos mais importantes de sua vida em ordem cronológica. Nelas, ele fala da sua infância, seus pais, adolescência, juventude, as amizades com Mario e Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond, entre muitos outros.

O filme será exibido nos cinemas em sessões alternadas: a primeira parte na primeira sessão e a segunda na seguinte, e assim por diante.