Virgílio admite que pedido de CPI para o caso do ex-prefeito Daniel será arquivado

12/03/2004 - 12h26

Brasília, 12/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), admitiu hoje que não tem como conseguir novas assinaturas de senadores para evitar que seja arquivado o requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.

A determinação da Mesa Diretora da Casa é de que o requerimento deve ser arquivado, caso até a meia-noite de hoje o documento não possua as 27 assinaturas necessárias para instalar a CPI. "Nós não temos nem pessoas às quais recorrer. As que poderiam assinar, já assinaram", disse.

Na última hora, dois senadores resolveram retirar suas assinaturas: Paulo Otávio (PFL-DF) e Papaléo Paes (PDMB-AP). Sem saber dos motivos que levaram o senador pefelista a desistir do apoio, Artur Virgílio disse que a estratégia agora será convencer o senador Papaléo Paes (PMDB-AP), a desistir da retirada de assinatura, uma vez que ele ainda possui "dúvidas". O líder tucano argumentou que o senador amapaense não deve assumir sozinho o ônus pelo arquivamento da CPI.

"Eu pedi a ele que reconsiderasse, porque o governo estava covardemente jogando nas costas dele a responsabilidade de um ato que não é dele: abafar o caso Santo André", disse Virgílio completando que Papaléo Paes está profundamente "angustiado" com a decisão.

O líder tucano mantém as esperanças de que Papaléo reconsidere a decisão até à meia-noite.
Caso o pedido seja arquivado definitivamente, a oposição pretende concentrar forças em uma única frente: aprovar o projeto de resolução de autoria do senador Pedro Simon que obriga o presidente do Senado a indicar integrantes para CPIs, caso os líderes partidários não o façam.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado manteve ontem a decisão do presidente José Sarney de não indicar membros para a CPI. "Enquanto não aprovarmos o projeto de Pedro Simon, não tem CPI neste país", afirmou, Virgílio.