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Lentes do Hubble aproximaram o homem de outras galaxias
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Brasília, 12/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cientistas e políticos norte-americanos condenaram nesta semana a decisão da agência espacial Nasa, anunciada em janeiro, de não manter o telescópio espacial Hubble e, dessa forma, levá-lo à morte prematura em 2007. Em uma audiência no Senado sobre agências federais, a senadora Barbara Mikulski acusou o diretor da Nasa, Sean O'Keefe, de tomar uma decisão unilateral contrária ao desejo dos astrônomos. Ela acredita que esse é um passo drástico e que mais estudos precisam ser feitos sobre o assunto.
O'Kefee disse que a missão de reparo foi cancelada pois não seria possível atender às exigências de segurança adotadas depois da explosão do ônibus espacial Columbia, ocorrida em 2003. Segundo a comissão de investigação do acidente, uma viagem ao Hubble é mais arriscada do que uma viagem à Estação Espacial Internacional, porque a ISS oferece abrigo aos astronautas em caso de algum acidente.
Astrônomos disseram que preferem acreditar que a decisão seja, na verdade, fruto da política populista do presidente George Bush, que prefere viagens tripuladas até a Lua e Marte do que pesquisas com ônibus espaciais e telescópios.
Lançado em 1990, o Hubble obteve as melhores imagens já vistas por um telescópio e ajudou a desvendar mistérios que cercam o Universo. Na 3ª feira (9), foram divulgadas imagens das galáxias mais distantes já captadas até hoje: são cerca de 10 mil objetos celestes a 13 bilhões de anos-luz. O cientista responsável, Stephen Beckwith, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, apresentou os dados a todos os cientistas de uma só vez, ao invés de manter a descoberta entre poucos pesquisadores - como é o procedimento comum. Barbara Mikulski afirmou que essa descoberta é o que lhe mantém "a favor do Hubble". (Com agências internacionais)