Brasília, 12/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou hoje em duas ocasiões, no plenário e em entrevista à imprensa, que a oposição não conseguirá impor uma CPI. "A oposição não pode ficar criando uma CPI a cada momento, ora é a CPI do Waldomiro, ora é a dos bingos, agora é a CPI do Celso Daniel", protestou o senador.
Mercadante negou que tenha havido pressão do governo para convencer senadores a retirar assinaturas de apoio ao requerimento do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), de criação de uma CPI para investigar a morte do ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André, em janeiro de 2002. Os senadores Papaléo Paes (PMDB-AP) e Paulo Otávio (PFL-DF) anunciaram hoje a retirada das assinaturas, depois que Virgílio havia encaminhado o requerimento à Mesa Diretora do Senado. Mercadante disse que as assinaturas haviam sido dadas há quase um ano e que a situação hoje é bem diferente.
"Trata-se de uma tentativa da minoria de politizar um caso que está na esfera da Justiça, que já havia arquivado as investigações, que foram reabertas pelo governo de São Paulo, que é do PSDB. De todo modo é uma investigação de caráter municipal sobre um crime de natureza comum, que deve ser investigado somente nessa esfera", afirmou Aloizio Mercadante.
Ele lembrou que por larga maioria (14 votos a 6) a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em sessão ontem (11), considerou constitucional a decisão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de não indicar membros para a CPI dos Bingos e, assim, permitir a sua instalação: "Como é que o presidente vai nomear à revelia um senador que não está de acordo em participar de uma CPI?", questionou Mercadante.