Líderes da base aliada se articulam para evitar desacertos no Senado

12/03/2004 - 17h37

Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Os sucessivos desacertos entre os aliados nas últimas semanas serão, a partir de agora, mais raros. Quem garante é o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que participou hoje, na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP), do primeiro de uma série de encontros de articulação política entre os partidos da base alaiada e a cúpula governista.

Renan, Sarney, o líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT/SP), e os ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Articulação Política, Aldo Rebelo, fizeram um balanço da última semana no Senado marcada pelo vai e vem de CPIs.

"A avaliação é de que a semana é positiva, afinal não teremos nenhuma CPI política na Casa. No entanto, chegamos à conclusão de que vamos ter que falar cada vez mais. Acho que é a conversa que coordena nossas ações para evitar que se repita no futuro o que aconteceu ontem na CCJ", disse o líder peemedebista.

Diante da conclusão de que é preciso afinar o discurso dos aliados, ficou combinado que o grupo irá se reunir pelo menos duas vezes a cada semana. No início, para definir a estratégia da semana e no final para fazer um balanço dos trabalhos. "Só assim vamos sair desse rame-rame e voltar para a agenda positiva", avaliou Renan.

Inicialmente, os encontros serão restritos ao PMDB, mas Renan disse que a participação dos demais aliados será inevitável, pois é necessária para garantir a integração dos governistas.
"Precisamos aprimorar o funcionamento da base e isso só será feito com muita conversa", afirmou.

Na reunião desta segunda-feira, no Senado, a pauta é a aprovação da nova Lei de Falências. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o relator da proposta senador Ramez Tebet (PMDB/MS), e os demais líderes devem tentar fechar um texto comum que facilite a votação do projeto que se arrasta há mais de dez anos no Congresso Nacional. Antes de votar o projeto, no entanto, os governistas terão que traçar uma estratégia para garantir a votação de 17 Medidas Provisórias que trancam a pauta do Senado.