Rio, 12/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, abriu hoje a aula magna da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ) pedindo um minuto de silêncio em memória das vítimas do atentado terrorista de ontem ( 11) em Madri, na Espanha. Em seguida, ele destacou os avanços da política externa brasileira e disse que o programa anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 14 meses, quando assumiu o governo, está sendo rigorosamente cumprido.

Para o ministro, uma das principais mudanças é o fato de o Brasil estar conseguido se inserir na agenda internacional, sem se submeter às determinações das grandes potências. Como exemplo, ele citou a primeira viagem internacional do presidente, a Davos, na Suíça, na qual Lula abriu a discussão sobre o problema da fome e das dificuldades sociais dos países em desenvolvimento, diante dos representantes dos países mais ricos do mundo.

Ao falar sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Amorim lembrou que não se pode ignorar o mercado americano, que absorve 25% das importações brasileiras. Ele ressaltou, porém, que o Brasil tem de mudar a agenda de negociações para que os interesses de todas as partes envolvidas sejam atendidos, sem comprometer a soberania de cada país. "Não podemos comprometer a nossa capacidade de regular o meio ambiente, a nossa capacidade tecnológica. Não podemos hipotecar a nossa capacidade no século vinte um em função de uma capacidade herdada dos séculos dezenove e vinte", frisou o ministro.

Sobre o atentado de ontem na capital espanhola o ministro disse que o foi um "bárbaro ataque" contra pessoas inocentes que nada têm a ver com as questões políticas defendidas pelos terroristas. Ele acrescentou que o Itamaraty está acompanhando o atendimento da Embaixada Brasileira em Madri aos brasileiros indentificados como vítimas do atentado.