Brasília, 10/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Juiz, promotor, advogado de defesa, peritos, testemunhas e jurados – o Tribunal Internacional Popular sobre os Transgênicos está pronto para simular o julgamento das plantas geneticamente modificadas que foram introduzidas no Brasil. Presidido pelo juiz José Felipe Ledur, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, o julgamento está marcado para amanhã (11), no auditório Araújo Viana, em Porto Alegre.

Durante todo o dia, a sociedade poderá debater questões relativas à produção, comercialização e disseminação dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) no país, principalmente a soja transgênica resistente ao herbicida glifosato, largamente cultivada no Rio Grande do Sul.

A acusação caberá ao subprocurador-geral da República, Aurélio Virgilio Veiga Rios. Entre os peritos estarão o economista David Hathaway, consultor em técnicas de agricultura alternativa; o pesquisador Sílvio Valle, da Fundação Oswaldo Cruz; e o engenheiro agrônomo e florestal Sebastião Pinheiro.

As testemunhas são Peter Rosset (Food First), Paulo Fernando de Farias (CUT-RS), Ana Claudia Bento Graf (procuradora do Estado do Paraná), Mariana Poli (Greenpeace) e Alvir Jacon (Secretaria de Agricultura do Paraná). O júri será composto por Carlos Frederico Marés (procurador do Estado do Paraná), Azelene Kaigagn (Instituto Indígena Brasileiro), Laymert Garcia (Unicamp), Walter Pengue (Universidade de Buenos Aires), Christian Caubet (UFSC) e Marilene Filinto (escritora e jornalista).

O Tribunal foi organizado por dezenas de entidades sociais sob a coordenação da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares.