Passageiros em aeroportos são os mais prejudicados pela greve da PF

10/03/2004 - 12h51

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A greve da Polícia Federal, iniciada ontem em todo o país, prossegue hoje com a paralisação de cerca de 80% de todo o efetivo policial. Isso significa que estão de braços cruzados oito mil agentes, escrivães e papiloscopistas, que são os especialistas em impressão digital.

Os maiores problemas estão concentrados nos aeroportos, onde há filas e vôos atrasados, e na emissão de passaportes, que está levando o dobro do tempo para serem entregues (em média, um mês). Portaria assinada ontem pelo diretor da PF, Paulo Lacerda, determinou que os policiais em greve entregassem armas e coletes. Hoje, na porta do Departamento de Polícia Federal, em Brasília, os agentes já não estavam de coletes, não estavam com algemas e nem portavam armas. O ponto para quem não comparecer ao trabalho também será cortado, de acordo com a portaria.

A Polícia Federal paralisou suas atividades para reivindicar remuneração igual ao nível superior, exigida pela Lei 9.266, de 1996. A assessoria do Ministério da Justiça informou que a reivindicação dos grevistas não tem base jurídica, e que a única forma de alterar os salários seria a aprovação de um projeto no Congresso Nacional. Está programada uma passeata para esta tarde, indo do centro de Brasília até o Congresso, onde o comando da greve pretende abrir outro canal de negociação com o governo, passando pelo presidente da Câmara, João Paulo Cunha.

De acordo com Alexandre Garcia, diretor do Sindicato dos Policiais Federais no DF, os 30% do efetivo exigidos pela Lei de Greve estão trabalhando para não causar maiores transtornos à população. "Os passaportes vêm sendo emitidos lentamente nos casos de urgência, bem como os serviços de segurança de autoridades, escolta e custódia de presos e os plantões", afirmou Garcia. Para quem vai viajar hoje ou amanhã, o atendimento será feito em regime de emergência.