Governo do Rio reafirma posição contrária à construção do oleoduto Rio-São Paulo

10/03/2004 - 18h09

Rio, 10/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, reafirmou, durante audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), a posição do governo do Rio de Janeiro contrária à construção do oleoduto para escoar a produção de petróleo da Bacia de Campos, no Norte Fluminense, para a refinaria de Paulínia, em São Paulo. Victer, em sua exposição de motivos, citou desde a questão ambiental, passando pela perda de arrecadação, até a logística e o emprego.

Ele ressaltou a estratégica importância do estado na logística da produção. Hoje o Rio – por meio da Bacia de Campos – já produz 83% de todo o petróleo consumido no país. O secretário Wagner Victer procurou, durante as quase quatro horas de debate entre os parlamentares, o governo e os diretores da Petrobras - inclusive seu presidente, José Eduardo Dutra – deixar bem clara a posição do governo fluminense.

"O Rio não pode ficar para trás no balanço dos benefícios provenientes da extração do petróleo em seu litoral. A autorização ambiental para a construção do oleoduto só será dada se, junto, vier a elaboração de um projeto para manter uma economia auto-sustentável nos municípios produtores, preparando-os para quando o petróleo acabar", disse Victer.

O secretário fez questão de deixar bem claro, porém, que "em nenhum momento o governo do Rio se coloca contra a Petrobras, que é um patrimônio nacional".

Victer destacou que o debate relativo à construção do oleoduto está sendo mantido de forma madura. Ele disse "acreditar em um entendimento que beneficie a população fluminense". (Nielmar de Oliveira)