Brasília, 10/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O faturamento real das micro e pequenas empresas de São Paulo registrou queda de 14,3%, em janeiro de 2004 em relação a dezembro do ano passado, e de 16%, na comparação com janeiro de 2003.
Segundo a pesquisa de conjuntura do Sebrae, as empresas deixaram de faturar cerca de R$ 2,7 bilhões, em conseqüência da redução do consumo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a perda acumulada da renda real do trabalhador brasileiro chegou a 9,5% em dezembro do ano passado. Além disso, a manutenção das taxas de juros em níveis elevados por um longo período afastou o de tempo.
O Sebrae atribuiu a queda tem também a razões sazonais: em janeiro, o comércio vende menos, por ser o mês posterior ao do Natal e do pagamento do 13º salário, além de ser período de férias coletivas da indústria.
Para o economista Jack Soifer, especialista em micro e pequenas empresas, a renda salarial do consumidor deve aumentar, a partir de maio. "Já está em um nível tão baixo, que não pode cair mais. Além disso, em maio teremos o aumento do salário mínimo, que acreditamos que será acima da inflação", disse.
Segundo Soifer, a partir de junho, o Brasil deve exportar mais produtos tropicais e industrializados. Ele explicou o possível aumento das exportações com a queda da produção no hemisfério norte, em junho, causada pelo frio. No Brasil, há registros de aumento da produção i até outubro. "A partir de junho, o Brasil exporta mais e entra mais dinheiro para a classe operária", explicou.
Em janeiro, as micro e pequenas empresas de São Paulo criaram 18 mil postos de trabalho, 0,4% a mais em relação a dezembro de 2003. Essa foi a primeira variação positiva de pessoal ocupado em um mês de janeiro desde 2000. Em relação a janeiro de 2003, a alta foi de 0,7%. Segundo o Sebrae, a maior parte dos postos temporários abertos em dezembro foi mantida.