Rio, 10/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, garantiu hoje, durante audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro sobre a construção de um oleoduto ligando a Bacia de Campos (RJ) à Refinaria de Paulínia (SP), que a estatal não vai aceitar barganhar a construção do duto à promessa de uma Refinaria no Norte Fluminense, como quer o governo do Rio.
"A Petrobras, enquanto empresa, não vai estabelecer barganha para obter o licenciamento ambiental para a construção do oleoduto em troca da promessa da construção da Refinaria do Norte Fluminense. O projeto do oleoduto não pode ser colocado no mesmo tempo da refinaria, até porque a refinaria é um projeto para 2010 e que não será necessariamente preciso ser definido agora," disse Dutra.
Para o presidente da Petrobras, o fato é que, em 2007, quando a P-52 entrar em operação e a produção da Bacia de Campos tiver atingido os 1,7 milhão de barris/dia, o petróleo terá que ser escoado para São Paulo, onde estão localizadas quatro das refinarias da estatal.
"Esse escoamento se dará de uma forma ou de outra: ou será feito parte pelo oleoduto e parte por navio, o que para a logística da Petrobras é mais seguro, ou o escoamento será feito todo por navio. O que nós não podemos é ficar aguardando indefinidamente a autorização ambiental do governo do Rio para começarmos a obra. O nosso prazo é até o final deste mês", disse Dutra.
Wagner Victer, que durante seu pronunciamento na Alerj enumerou uma série de desvantagens para o Rio a partir da construção do oleoduto, disse não acreditar que o prazo fixado pela Petrobras (final de março) seja um ultimato.
"Ninguém trabalha com ultimato. Acho que nem a Petrobras, por um lado, e nem o governo do Rio, por outro, vai trabalhar com ultimato. Nós trabalharemos sim com o prazo político-técnico-econômico para atender aos interesses da população e o futuro do estado do ponto de vista do meio ambiente", disse Victer. (Nielmar de Oliveira)